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Padre Márlon Múcio é o Milagre Vivo

Com doença rara, padre conta a experiência de gravar documentário que fala sobre sua vida e missão

São Paulo, 30 de outubro de 2024. Padre Márlon Múcio é o milagre vivo, título que dá nome ao documentário que estará em cartaz nos cinemas nos dias 11 e 12 de novembro. O filme conta, sob as lentes da Lumine, a vida do sacerdote, como ele mesmo diz, “nua e crua”, com a experiência humana de fé, dor, esperança e o poder transformador do sacrifício. Para quem não acredita em milagres, o padre Márlon diz, entre risos, que “tem muitos, nas ruas, perambulando por aí”.

Ele é um. O padre toma quase 300 comprimidos por dia, e a doença rara que o acomete há 12 anos é a RTD – Deficiência do Transportador de Riboflavina, que atinge 1 a cada 1 milhão no mundo. Ela não o impede de viver o sacerdócio, nem lhe tira o sorriso do rosto, muito menos a animação. “Ser raro, ainda mais no Brasil que nós tanto amamos, é fazer, toda hora, dos limões da vida uma limonada. É um grande desafio, mas, se eu tivesse que nascer de novo com uma doença rara, eu nasceria. Porque penso que, assim, Deus me ama, me santifica e me dá uma amplitude de evangelização fora do comum”, ressalta o padre.

Padre Márlon é muito animado e, nem mesmo suando “em bicas” pela fadiga muscular excessiva e pela dor, ele perde o carisma. Foi nesse ritmo que ele, junto à equipe da Lumine, que produziu o documentário, partiu em direção ao Vaticano. A peregrinação para encontrar o Papa Francisco foi para pedir uma bênção para a “Casa de Saúde Nossa Senhora dos Raros”, fundada por ele, e presentear o pontífice com uma imagem de “Nossa Senhora dos Raros”.

Nessa caminhada, muita coisa acontece. É possível ver Padre Márlon passando pela dor quando a traqueostomia que usa estraga e ele precisa passar por uma cirurgia para a troca, assim como a emoção quando consegue o tão sonhado encontro com o Papa Francisco. O sacerdote trata esse momento como um grande desafio, mas sempre sob o olhar de Jesus. “Registramos a minha vida diante das telas. Quem assistir vai me ver como sou. Algumas vezes passando mal, outras caminhando com a força do Espírito. Eu não sou ator, eu não enceno, eu não estou contando uma história, mas a minha história”.

A caminhada foi longa. O documentário Milagre Vivo mostra os locais pelos quais ele e sua equipe passaram e construiu uma narrativa que passa pela viagem entrelaçada com a missão no Brasil. “Quando cheguei à Basílica de São Pedro, no Vaticano, ela foi aberta só para mim e para o grupo que estava comigo. Vocês acreditam? Foi uma coisa incrível”, lembra o padre com muita alegria.

Outro momento marcante durante as gravações, que ele se recorda e até afirma ser uma “curiosidade” durante as filmagens, é que, quando chegaram a Assis, os sinos não paravam de tocar. “Chegamos a Assis para estar com o Beato Carlo Acutis, os sinos de Assis tocavam todos ao mesmo tempo e intensamente. Nós descobrimos que, na hora em que chegamos, estava sendo reconhecido pelo Santo Padre, o Papa Francisco, o milagre que levou o Beato Carlo Acutis ao título de santo, o milagre para a canonização dele. Foram muitos mimos de Deus”, completou.

Toda essa trajetória será possível conferir em Milagre Vivo, que estará em cartaz nos cinemas nos dias 11 e 12 de novembro, em todo o Brasil.

Confira o trailer aqui.

Padre Márlon Múcio
É sacerdote da Diocese de Taubaté. Membro da Comunidade Missão Sede Santos (MSS), que fundou em 2002, é o moderador-geral da mesma. Coordena várias obras e projetos sociais, como a Casa João Paulo II, onde também funcionam o Centro de Espiritualidade Carismático e a Obra da Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento.
Ele tem uma doença raríssima, genética, neurodegenerativa e progressiva. No Brasil, no momento, são 15 os casos diagnosticados de Deficiência do Transportador de Riboflavina (RTD) ou Síndrome de Brown-Vialetto-Van Laere (BVVL). No mundo, 350 casos. Ele toma cerca de 287 comprimidos por dia para se manter vivo, com traqueostomia e se valendo da respiração mecânica 24 horas por dia. Desde que a doença se agravou, Padre Márlon celebra a Santa Missa na cama, ora em casa, ora nas recorrentes internações na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais.

Casa de Saúde Nossa Senhora dos Raros

Padre Marlon, ainda que precise descansar, para cumprir suas atividades como sacerdote, não se cansa de ajudar. Ele é fundador da “Casa de Saúde Nossa Senhora dos Raros”, que fica em Taubaté- Sp. O hospital nasceu em 8 de dezembro de 2023, e já passou de 700 atendimentos a pessoas com doença rara. “No hospital tratamos corpo, alma e mente. Nos orgulhamos em ser o primeiro do Brasil gratuito e especializado em doença rara”, enfatiza o padre.

O hospital vive de doações. “Quando Deus me inspirou para criá-lo, também me deu uma campanha “1 real para 1 hospital, quem pode mais, ajuda com mais”, e foi com ela que levantamos nossa sede, já conseguimos comprar a casa ao lado e temos projetos futuros”.

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