Os 30 dias iniciais do papado de Leão XIV e o cinema como caminho para a verdade

Na manhã deste domingo (8) de Pentecostes a Igreja do Brasil, unida aos católicos do mundo inteiro, se alegrou com os 30 primeiros dias do pontificado de Leão XIV, o 267º Papa sucessor de Pedro. A data comemorativa chegou com a notícia sobre o lançamento oficial do documentário, “León del Perú”, uma obra audiovisual produzida pela mídia vaticana sobre a vida de Robert Francis Prevost, cardeal norte-americano que agora ocupa a Cátedra de São Pedro com o nome Leão XIV.

Os dois momentos são muito especiais para a Kolbe Arte, tanto por podermos acompanhar os 30 primeiros dias do Pontificado do Papa Leão XIV, quanto pela escolha de um produto cinematográfico, um documentário, elegido de modo oficial para marcar esse momento. A fato chegou com uma reflexão natural: por que escolher um documentário, em um universo com tantas possibilidades de mídias?

Reunimos neste ensaio três pontos que iluminam essa reflexão: o contexto biográfico do Papa Leão XIV, os elementos narrativos do documentário León del Perú e o cinema como importante estratégia para a missão pastoral da Igreja Católica – Igreja que o Papa Leão XIV se referiu em seu discurso de eleição, no dia 8 de maio deste ano, como “o farol que ilumina a noite do mundo”.

“León del Perú”: a origem de um pastor

O título León del Perú remete tanto ao passado missionário quanto ao novo nome pontifício — e revela a escolha simbólica do Papa em usar a linguagem audiovisual para contar sua própria história, com humildade e clareza.

Leão XIV é o primeiro Papa norte-americano da história. Mas é também um homem que aprendeu a ser Igreja no sul global, entre os povos da América Latina, dialogando com realidades pobres, sofridas e plurais. Nesse sentido, é simbólico que ele escolha um documentário para falar ao mundo – é uma forma de dizer que deseja um pontificado que se veja, se sinta, se ouça.

“Um homem que se tornou latino-americano, no espírito e no modo de viver o Evangelho.” (Site Vatican News sobre o documentário)

Os elementos narrativos de León del Perú e o convite ao olhar, à escuta e à acolhida

O documentário é realizado por três jornalistas Salvatore Cernuzio, padre Felipe Herrera-Espaliat e Jaime Vizcaíno Haro, lançado pela Direção Editorial do Dicastério para a Comunicação, é mais do que uma homenagem pela data festiva do início do pontificado. Ele revela a história de Robert Prevost como missionário nos Andes peruanos, onde atuou como pastor, professor, formador e bispo. O filme intercala imagens atuais com entrevistas, registros históricos e depoimentos que mostram a profundidade espiritual e pastoral do homem que hoje conduz a Igreja Católica.

Gravado em Chiclayo, Chulucanas, Callao, Lima e Trujillo, a equipe visitou cidades pequenas e grandes, vilarejos, distritos, subúrbios, paróquias, escolas, casas religiosas e entrevistou pessoas que do encontro com o “padre Robert” tiveram suas vidas transformadas.

Os registros foram do trabalho ordinário de pregar, celebrar, ensinar, formar professos, ensinar os jovens, passando até por situações simples como a de celebrar o natalício, chegando a situações difíceis e momentos críticos como ajudar nas enchentes causadas pelo El Niño e a trágica pandemia pela Covid-19.

No site do Vatican News, ao falar sobre a construção narrativa do documentário, os editores pontuaram:

“’León de Per’” faz uma viagem para descobrir a figura do Pontífice agostiniano através de vozes e testemunhos de quem o conheceu, colaborou com ele ou recebeu sua ajuda como missionário e pastor.”

O cinema como instrumento pastoral

Nós da Kolbe Arte, pela natureza de nossa missão, ficamos felizes com o fato da mídia vaticana ter escolhido um documentário para celebrar esse momento. Mas pode ser que alguém pergunte: por que um documentário? A resposta está na força que o cinema tem de comunicar com emoção, memória e profundidade.

Em um tempo marcado pela velocidade e superficialidade, a arte de contar histórias em vídeo se tornou ferramenta-chave na evangelização.

E isso é exatamente o que o novo Papa deseja: que a Igreja fale ao mundo com ternura e verdade, não só com palavras, mas com imagens que tocam o coração. É isso que o cinema faz, tal como o Papa Leão XIV pontuou que é a missão da Igreja: ser farol na noite do mundo.

O testemunho de vida dos que se doam pela missão são luzes para todos que peregrinam nesta vida. E o cinema é força impulsionadora dessa luz, permitindo que ela chegue a todos com a sensibilidade, leveza e profundidade certa. Sem ofuscar a visão pela intensidade ou dureza, mas chegando na medida certa, com o auxílio das lentes do Espírito.

Foto: Arquivo Kolbe Arte
Foto: Arquivo Kolbe Arte

Kolbe Arte: cinema como missão

No Brasil, a distribuidora Kolbe Arte já entendeu há tempos essa vocação do audiovisual. Nosso recente lançamento, o longa francês Vencer ou Morrer – primeira ficção em nossa esteira de 18 filmes lançados pela Kolbe Arte no Brasil -, retrata justamente isso quando denuncia resistência católica da Vendéia durante a Revolução Francesa, apagada pela história formal contada nas escolas e universidades.

O filme provocou forte comoção entre o público cristão, alcançando cerca de 300 mil pessoas na França, o que mostrou como o cinema pode ser um ato de fé e resistência.

A Kolbe Arte não apenas distribui filmes: ela constrói pontes entre a fé e a cultura, entre a tradição e as novas linguagens. É, portanto, parceira natural da Igreja que em todos os seus documentos sobre o cinema aponta isso:

Vigilanti Cura (Pio XI, 1936)

Considerado o primeiro documento pontifício sobre o cinema, abordando seus aspectos positivos e negativos.

A encíclica ressalta que o cinema não deve apenas entreter, mas também iluminar e orientar os espectadores.

Miranda Prorsus (Pio XII, 1957)

Expõe o pensamento da Igreja sobre os meios eletrônicos (cinema, rádio, televisão).

A encíclica faz uma análise positiva, mas alerta para o consumo acrítico dos meios de comunicação de massa.

Inter Mirifica (Concílio Vaticano II, 1963)

O primeiro documento de um concílio sobre o tema da comunicação social.

A declaração introduz o conceito de “comunicação social” como processo entre pessoas.

Communio et Progressio (Comissão Pontifícia, 1971)

Uma instrução pastoral que elabora sobre os meios de comunicação como fatores de progresso humano.

Mensagens do Papa João Paulo II

Em 2005, o Santo Padre dirigiu uma carta apostólica aos responsáveis pelos meios de comunicação, relembrando a evolução da Igreja desde o decreto Inter Mirifica.

Que os católicos abracem o cinema não apenas como entretenimento, mas como evangelho em movimento.

Para finalizar, um parágrafo prece: que León del Perú inspire os fiéis a conhecerem mais de Leão XIV. Que Vencer ou Morrer provoque reflexão sobre liberdade e fé. E que a Kolbe Arte continue sendo um braço criativo do Espírito Santo nas telas.

Ainda dá tempo de assistir Vencer ou Morrer nos cinemas! Confira a lista completa das sessões até o dia 11 de junho, no site: https://www.cinetks.com.br/vencer-ou-morrer

Filme: Vencer ou Morrer
Semana de estreia nacional: 5 a 11 de junho de 2025 (confirma no site locais que acontecerão)
Distribuição no Brasil: Kolbe Arte Produções
Gênero: Drama histórico
Classificação indicativa: Não indicado para menores de 14 anos
Duração: 99 minutos

Site: https://www.kolbearte.com.br

Instagram: @kolbearte
Imprensa Kolbe Arte: Virgínia Diniz (98) 982841316

 

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