O segundo dia de ExpoCatólica foi marcado pelo encerramento da 1ª edição do Fórum de Cinema Católico. Entre os convidados do último dia estavam: Eduardo Borgerth, dublador, professor e diretor de dublagem, Fabrício Bittar, ator, produtor e diretor de cinema, que assinou o filme “Inexplicável”, Loo Burnett, angelóloga e escritora do livro que inspirou o próximo lançamento do filme distribuído pela Kolbe Arte, “São Miguel Arcanjo – Santuário de Batalha” e a cantora Ziza Fernandes. O Fórum encerrou nesta sexta-feira (4), mas segue até domingo (6), no Pro Magno, São Paulo, com a 2ª edição do Cinema na ExpoCatólica (Clique aqui para ver a programação), com curadoria da Kolbe Arte e Lumine TV.

Eduardo Bourgueth: “Na dublagem, você é o personagem!”
“Você é o personagem. E pode fazer toda a diferença. A dublagem não é colocar voz em um personagem, é ser um personagem”, assim introduziu o tema de sua palestra no Fórum de Cinema Católico, que teve como tema “Experiência de dublar e dirigir dubladores para filmes católicos”.
Com décadas de experiência na carreira de dublagem, Eduardo Borgerth ajudou os presentes a elucidar o papel da dublagem nas obras cinematográficas, enfatizando que “dublar não é dar voz ao personagem, dublar é ser o personagem”.
Borgerth pontuou que a dublagem não é apenas uma técnica, mas um serviço: “A dublagem pode dar emoções para as pessoas. A dublagem permite uma transcodificação da imagem para o coração. ”
Eduardo apontou como caminho de reflexão a resistência de algumas pessoas à dublagem, preferindo o uso das legendas e do áudio original. Para Borgerth, essa preferência faz sentido quando se domina a língua de origem do filme, caso contrário, quando se lê a legenda, perde-se 30% a 40% das imagens.
Assim como os demais conferencistas convidados, Eduardo compartilhou a experiência de conversão em sua juventude, onde saiu de um estado de vazio existencial, pelo uso de drogas ilícitas e do sexo livre, para sua experiência com Deus. “Jesus é maravilhoso. Ele aceita ser o último para depois ser o primeiro em nossas vidas”, disse, revelando como sua conversão foi antecedida por um momentos de busca por preencher um vazio e depois de percorrer tantos caminhos.
Após sua conversão, Eduardo viveu o dilema de precisar encontrar uma maneira de professar a fé no exercício de sua profissão em atuar como dublador em filmes com histórias e personagens que nem sempre coadunam com a fé.
A qualidade técnica e dedicação no trabalho e um currículo extenso, Eduardo adota a prática do critério de escolha, “Eu preciso conhecer primeiro a história, saber seus pontos, se não vai contra a minha fé em algum momento, Se isso acontece, eu peço para sair”. O que mostra o quanto a sua experiência de conversão ao catolicismo influenciou sua carreira.

Fabrício Bittar: a fé como semente de cinema
O tema da palestra de Fabrício Bittar foi “Sucesso de uma história de fé”. Diretor do longa Inexplicável, Fabrício começou sua carreira com atuação em novelas como “Mulheres de Areia” (1993), onde ainda criança assumiu a arte de interpretar como vocação profissional. Para o Fórum de Cinema Católico, Fabrício falou sobre a experiência do filme “Inexplicável”, drama baseado em fatos reais, adaptado do filme “O menino que queria jogar futebol”, de Phelipe Caldas.
No livro, Caldas narra a história real do menino Gabriel Varandas, apaixonado pelo Fluminense, que aos oito anos foi diagnosticado com um tumor cerebral, com complicações durante o tratamento, dado por alguns médicos como incurável.
Em sua conferência no Fórum de Cinema Católico, Fabrício falou sobre como se deu o processo de construção do filme “Inexplicável” e mostrou aos presentes a importância de filmes que despertam nas pessoas o desejo por se aproximar de Deus. “Inexplicável” é um filme que relata uma história real que envolve um milagre e toca os corações por ser uma produção que aborda o poder da oração e como ela é capaz de unir as pessoas em causas solidárias.
Fabrício partilhou, por exemplo, como algo simples como a oração não é acessível a todos e como é importante produções como essas para despertar esse interesse ou mesmo motivar as pessoas a não desistirem de rezar pelas “causas impossíveis” em suas vidas. “Um dia coloquei no Google ‘Como rezar?’. Aquilo me impressionou, como as pessoas poderiam precisar de explicação para algo tão simples como rezar?”.
Foram quatro anos entre a ideia inicial, a autorização da família e o início das gravações. “Pra mim, esse filme carrega a compreensão de que a gente não precisa explicar. A fé é assim: inexplicável.”. A pré-estreia em João Pessoa foi um momento emblemático, por ter sido o local onde a história aconteceu. Durante o tratamento de Gabriel, as pessoas faziam orações na porta do hospital, houve mobilização dos atletas e comunidades inteiras perseveraram unidas pela esperança através da oração.

Luciano: medicina, fé e superação
Após a fala de Fabrício, uma pergunta-testemunho-agradecimento aconteceu. O fisioterapeuta Luciano, que participava do Fórum, se identificou e falou o quanto o filme o ajudou. Luciano é fisioterapeuta formado e está no 4º ano de medicina e disse falou sobre o quanto o filme o ajudou a pensar na importância de sua profissão – poucos sabem, mas são os fisioterapeutas que respondem pela função de exturbar os pacientes. Ao assistir o filme, Luciano compreendeu a importância da profissão e a importância do filme para informar as pessoas sobre o assunto.
“Os pacientes, dentro de uma clínica médica, o que mais pedem são orações”, contou. Ele ressaltou como o cinema pode humanizar a medicina e trazer um olhar mais lúdico e acolhedor para quem sofre.
Fabrício Bittar, com humor e sensibilidade, compartilhou que, no roteiro, o personagem principal foi adaptado e que o pai do menino era mais piedoso na vida real do que na obra do cinema. “O Marcos do filme é mais cético do que o verdadeiro Marcos. Ele se parece mais comigo.”, pontuou Fabrício. E citou com leveza uma frase marcante do longa: “Mas vem cá, se a mãe do outro time rezar também, vai dar empate?”
Finalizando sua fala, Fabrício falou ainda da importância da colaboração entre produtores independentes no Brasil, destacando o papel da Kolbe Arte. “Essa unidade do cinema independente é fundamental para que consigamos nos organizar como produtora e conquistar orçamento”, destacou.
Loo Burnet – “Como um livro pode se tornar um filme”
A autora do livro que inspirou o próximo lançamento da Kolbe Arte, “São Miguel Arcanjo – Santuário de Batalhas”, a angelóloga Loo Burnet, esteve entre os convidados do Fórum de Cinema Católico para falar sobre como foi a experiência de transformar o livro em roteiro de cinema. O filme está sendo produzido pela Stone Entertainment, com estreia prevista para este semestre.
Loo Burnet falou sobre adaptação do livro para roteiro e contou curiosidades sobre as gravações feitas nos Santuários da Itália.
Os presentes puderam ouvir sobre seu processo de produção, além de ouvir curiosidades sobre o tema dos anjos.

Ziza Fernandes: o tempo como dom
Encerrando a tarde, a cantora e produtora Ziza Fernandes ofereceu uma palestra inspiradora sobre arte, legado e espiritualidade. Com sua inteligência poética característica e um vasto e diversificado currículo, que vai da música – canto e piano – Ziza surpreendeu ao partilhar que chegou a passar até pela Engenharia Civil, desistindo no último período para seguir a carreira da música e seus ideais profissionais: “O preço mais caro para fazer o que é bom é o nosso tempo. Porque a mediocridade é muito fácil de entregar.”
Ela defendeu que o crescimento do mercado artístico católico só tem sentido se vier acompanhado do crescimento pessoal. “De que adianta o mercado crescer se você continua com a mente pequena?”, questionou. Para Ziza, é preciso preparar as novas gerações e investir em formação. “O mercado de música precisa de produtores, cantores, compositores. O mundo precisa de beleza com sentido.”
Com leveza, ela brincou com a tecnologia e mencionou seu agente de inteligência artificial chamado Salomão, demonstrando sua atualização como profissional e dedicação em se superar e melhorar a cada dia. Mas deixou claro: a verdadeira transformação vem da entrega.

Ao se desafiar em mais uma competência atualizada com sucesso no currículo, Ziza Fernandes chegou ao cinema com documentários musicais, em obras como “Mais” e “Immaculée – ela sobreviveu para contar”. Essa última, lançada nos cinemas em maio deste ano.
“Fui para o cinema, o Colo de Deus foi para o cinema, a Igreja está indo para o cinema. E isso é sinal de um novo tempo.”, pontuou em tom de incentivo aos presentes.
Podcast Kolbe Arte na ExpoCatólica
Em parceria com a equipe da SantuCast, a Kolbe Arte mantém na ExpoCatólica deste ano um set de estúdio Podcast, onde tem entrevistados os convidados do Fórum de Cinema, influenciadores, pregadores, cantores e palestrantes conhecidos nacionalmente no cenário da música católica.
Os vídeos ficarão disponíveis no canal oficial da Kolbe Arte no YouTube.
A ExpoCatólica segue nos dias 5 e 6 de julho, agora com o Cinema ExpoCatólica, onde terão sessões gratuitas para os participantes da feira, bastando apenas o credenciamento no site da ExpoCatólica (credencie-se aqui)
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