Produções religiosas têm se destacado por levar grupos de pessoas às exibições e aumentado taxa de ocupação nas salas
Nos últimos anos, filmes católicos têm encontrado um espaço cada vez maior nas grades de programação dos cinemas brasileiros. Essas produções têm se destacado por atrair grupos da Igreja Católica às exibições e aumentar a taxa de ocupação nas salas.
No recente 14º Show de Inverno, realizado em Campos do Jordão nos dias 31 de maio e 1 de junho, foram apresentados os números do cinema no Brasil em 2023. Surpreendentemente, os filmes de interesse do público católico vêm obtendo resultados expressivos em termos de ocupação das salas. Os números demonstram um crescimento importante no interesse do público por filmes do gênero.
A experiência de “Coração de Pai”
Um dos destaques nesse cenário é o filme “Coração de Pai”, sobre a história de São José, pai de Jesus. Produzido pela Goya Producciónes, da Espanha, e distribuído no Brasil pela independente Kolbe Arte, o filme registrou uma taxa de ocupação de 35,7%, ficando entre os três filmes com melhor performance nas aberturas do ano até o momento.
Com quase 70 mil espectadores, “Coração de Pai” é motivo de alegria para a Kolbe Arte. A diretora executiva da distribuidora, Angela Morais, reconhece que o documentário foi um divisor de águas neste trabalho e que “foi resultado de muita dedicação, entrega, apoio e confiança, especialmente de lideranças da Igreja Católica no Brasil.
De fato, esse resultado positivo pode ser atribuído ao trabalho da empresa em parceria com paróquias, dioceses, grupos e movimentos da Igreja Católica, visando promover e divulgar o filme entre este público.
“Para nós, é a confirmação de que podemos continuar, caminhar juntos, e de que temos ainda muito a contribuir e proporcionar ao nosso povo, que tem sede de conhecimento e entretenimento”, completa Angela.
Os desafios enfrentados pelos filmes católicos
Diferentemente de países como o México e os Estados Unidos, que mantém uma cultura de levar o público aos cinemas, o Brasil ainda apresenta algumas lacunas relacionadas ao hábito de frequentar esse espaço para assistir filmes religiosos.
Os preços elevados dos ingressos, a baixa quantidade de salas de exibição disponíveis e a falta de demanda por filmes voltados para o público religioso são alguns dos desafios enfrentados pelas produções católicas.
No entanto, o crescimento da presença desses filmes nas grades de programação indica uma mudança positiva nesse cenário.
A importância histórica dos filmes religiosos
Vale lembrar que o cinema religioso, especialmente o cristão, sempre despertou a atenção, tanto de fiéis como daqueles que não professam a fé. Desde as primeiras produções cinematográficas, filmes do gênero têm sido produzidos.
Já em 1906, nos primórdios do cinema, Alice Guy-Blaché surpreendeu ao levar para a tela “A Vida de Cristo”, considerado uma superprodução para a época. Mesmo com o avanço do tempo, filmes religiosos continuam a atrair o público e demonstrar seu potencial de sucesso nas bilheterias. “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, por exemplo, arrecadou 600 milhões de dólares em todo o mundo.
Independentemente dos valores envolvidos na produção desses conteúdos, o fato é que o público cristão – e aqui, em particular, os católicos – está frequentando mais as salas de cinema.
A presença de produções religiosas nas grades de programação indicam uma mudança positiva no mercado cinematográfico. Através de parcerias com instituições religiosas e a promoção de conteúdos audiovisuais com temática cristã, as produtoras têm conseguido atrair grupos de pessoas às exibições e aumentado a taxa de ocupação das salas. Essa tendência mostra o potencial dos filmes católicos e reforça a importância desse segmento no panorama cinematográfico do país.
Por Assessoria